sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Reflexão

Sala de Aula e Avaliação: caminhos e desafios


Texto sobre Avaliação

Autor: Marinho Celestino de Souza Filho
 

"(...) Por isto é que somente os oprimidos, libertando-se, podem libertar os opressores. Estes, enquanto classe que oprime, nem libertam, nem se libertam." (Paulo Freire).

Conceito: avaliação é um processo de reflexão contínua sobre uma ação, em um contexto coletivo para compreender o específico, buscando mudanças necessárias no processo educacional.
Existem duas modalidades de avaliação: a objetiva e a descritiva. Muitas escolas vêm adotando a colaboração de pareceres descritivos em termos de registros de atribuição de notas ou conceitos classificatórios na análise do trabalho desenvolvido junto aos alunos. Muitos professores passaram a fazer relatos por escrito sobre o desempenho dos educandos, principalmente nas pré-escolas e séries iniciais, e atualmente, no ensino fundamental e médio.
Diante das dificuldades encontradas pelos professores em avaliar continuamente seus alunos,  as teorias neste campo remetem a um desafio permanente de, em todos os momentos, prestar atenção neles, refletindo sobre a ação de avaliar o cotidiano escolar. Dessa forma, a avaliação passa a auxiliar no processo ensino-aprendizagem. É importante que o professor acompanhe a construção do conhecimento do educando. Assim, torna-se possível verificar os vários estágios de desenvolvimento dos alunos, sem julgá-los  apenas num determinado momento estanque; geralmente, o da prova. É preciso avaliar, pois, o processo, e não simplesmente o produto. Ou melhor: avaliar o produto no processo.
A separação entre a avaliação e o processo ensino-aprendizagem, uma vez que a avaliação não é aplicada no cotidiano do trabalho em sala de aula, mas sim em momentos especiais, com rituais especiais, causou sérios problemas para a educação escolar. Em nome da suposta objetividade, da imparcialidade, do rigor científico, chegou-se a uma desvinculação da avaliação no processo educacional. Provas muitas vezes preparadas, aplicadas e corrigidas por outros que não os professores das respectivas turmas, eram sinônimo de qualidade de ensino. Os alunos, por sua vez, demonstraram  sua insatisfação em relação às avaliações  pela prática da cola.
A avaliação deve permitir que o professor acompanhe a construção das representações do aluno, percebendo onde ele se encontra,  possibilitando a interação na perspectiva de superação. Assim, ela pode contribuir nas tomadas de decisões referentes à Educação, tais como: melhoria do ensino, da aprendizagem, das relações que permeiam professores e alunos, enfim, na arte de educar. Por conseguinte, a avaliação nunca deve ser um fim por si só, não pode ser usada como uma arma contra o aluno, com poderes de aprovar ou reprovar, premiar ou punir, julgar e selecionar numa escala de valores, notas ou conceitos "os mais capazes e os menos capazes".

Referências Bibliográficas:

HOFFMANN, Jussara Maria Lerch (1993). Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Educação e Realidade.
LUCKESI, Cipriano Carlos (1986). Avaliação Educacional Escolar Para Além do Autoritarismo. Revista da Ande, (10): 47-51, (11): 47-49, São Paulo.    


Fonte: http://www.pedagogia.com.br/artigos/avaliacao/

4 comentários:

  1. Avaliar é uma séria responsabilidade.
    A meu ver não pode ser somente pontual e escrita.
    Mesmo atuando em turmas do Ensino Médio, pratico uma avaliação contínua, por meio de relatórios que depois transformo em valores para transcrever para o diário.
    Minha área de atuação é a Geografia, com o principal objetivo de formar cidadãos críticos, por isso nas avaliações escritas sempre pesso a opinião, a solução que dariam para o problema apresentado, o que entenderam sobre o tema.
    Não faço da avaliação uma arma de repressão, já que isso não seria coerente com a idéia crítica. Meu maior interesse é realmente no que eles entenderam e qual foi o proveito que tiraram do tema apresentado.

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  2. O uso do computador é importante na digitação e de usar todos os recursos que ele apresenta.
    Infelizmente no Estado em que atuo em sala de aula o uso das tecnologias são muito limitadas para o uso do professor e muito mais para o aluno.

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  3. Avaliar é um passo importante na educação, pois é através dela que vamos perceber se nosso trabalho como educadores está alcançando os objetivos traçados se somos bons ou maus professores. E como te mos vários meios para avaliar temos que nos valer dos mesmos com sabedoria.

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  4. A avaliação não deve ser uma sentença, mas um diagnóstico que oriente a tarefa do professor, sendo um processo, deve ser contínua e ocorrer ao longo de todo o período letivo. Também deve permitir que: o que não foi assimilado, fique sem ser aprendido. Verificadas as falhas, tarefas de recuperação permitiram serem superadas.
    Os critérios devem ser estabelecidos de forma a relacioná-los diretamente aos objetivos estabelecidos em nosso planejamento. Dessa forma valorizaremos os avanços dos alunos possibilitando o desenvolvimento de suas habilidades. O ideal seria, que nós conseguíssemos ao longo desse processo, passar a avaliação aos próprios alunos a fim de que estes se tornassem autênticos, independentes e críticos, desprendendo-os do paternalismo representado pela “aprovação” do professor.Mas, infelizmente, apesar de sabermos tudo isso, percebemos que na prática não é o que acontece, pois para que a avaliação realmente fosse usada como um diagnóstico e permitisse ao professor acompanhar e promover a construção do conhecimento de seus alunos, precisaríamos que, no mínimo, as turmas fossem menores.Como podemos atender individualmente (de forma a possibilitar ao aluno a superação de alguma dificuldade) com turmas tão numerosas? Sem falar, em outro grande desafio que é a falta de estruturação familiar e por conseqüência a falta de valores morais e éticos que acarretam a falta de limites, tolerância e respeito ao outro, por parte de muitos alunos?
    Eu acredito e tenho fé, que num futuro não muito distante, quando os nossos governantes, também, assim compreenderem e mudarem a nossa política educacional, podermos “provar e aprovar” uma metodologia de avaliação mais digna e realmente eficaz para concluirmos o processo ensino-aprendizam até que nossos pupilos sejam independentes de nossas aprovações.
    “O Professor não ensina: ajuda o aluno a aprender”, Lauro de Oliveira Lima.
    Por Sandra Helena Costa e Silva.

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